Duelo de culturas: Comércio vs. Engenharia. Qual é a melhor para o seu negócio?
Não é segredo que divergências entre as áreas comercial e técnica rendem ótimas resenhas pela rivalidade, que é similar à de paulistas e cariocas ou de brasileiros e argentinos…
Mas neste embate de culturas, qual delas é a mais adequada para a gestão dos negócios? Existem mesmo diferenças tão marcantes entre líderes oriundos da área comercial daqueles que trilharam suas carreiras na área técnica? Quais os impactos que líderes da área “adversária” podem ter no outro departamento?
Para entendermos melhor os diferentes estilos de gestão influenciado pela carreira, devemos olhar em detalhes as características mais marcantes dos melhores profissionais em cada uma destas áreas.
Independentemente da formação academia, o profissional que atua por anos na área comercial tende a desenvolver um comportamento caracterizado pelo senso de sobrevivência, de “matar um leão por dia”, pois se ele perder aquela venda, suas metas e, invariavelmente, sua remuneração e de seus colegas serão prejudicadas. Já o profissional que segue sua trajetória profissional na área técnica costuma ter formação acadêmica na área de exatas, fazendo com que perfis majoritariamente analíticos ditem um comportamento caracterizado pelo planejamento e antecipação, batalhando contra a máxima de Murphy que “se algo pode dar errado, dará”.
Posto isso, temos um perfil mais imediatista, onde a busca por resultados de curto e médio prazos é o ponto central, contrastando com um perfil mais planificador, onde o foco está normalmente em decisões de médio e longo prazo.
Extrapolando estes perfil, um pode se perder a longo prazo por falta de visão estratégica ou por seguir modelos que se apresentarão falhos por não terem sido bem “testados”; e o outro pode causar impactos negativos nas operações diárias devido ao tempo relativamente longo para se definir e aplicar políticas ou modelos robustos.
Não vamos aqui dizer se um perfil é melhor que outro, mas queremos que você, leitor, a partir dos pontos abordados, leve essa reflexão para a realidade da sua empresa ou negócio e conclua quais características fazem mais sentido para o dia-a-dia das suas operações a curto, médio e, claro, a longo prazo.
O que podemos sim afirmar: um profissional não será necessariamente inconsequente se focar mais em resultados imediatos, do mesmo modo que não será pessimista se buscar sempre os pontos fracos da operação para mantê-la robusta.
Por isso que cabe ao gestor, independentemente da sua carreira profissional, privilegiar equipes multi-culturais alinhadas com as necessidades da empresa. Em organizações maiores, cada departamento tenderá a ser mais comercial ou mais técnico em função de suas responsabilidades, mas a mesma sugestão ainda é válida: ter em uma mesma equipe a mescla destes perfis, assim como ter o equilíbrio entre experiência e juventude, certamente elevará os níveis de output destes times e trazer contribuições enormes para manter a empresa forte e saudável ante a quaisquer desafios que possam vir a encontrar.
Carlos Barcha é especialista em pneus com 20 anos de experiência no setor automotivo, fundador e CEO da The Consulting Business Solutions. As opiniões e informações aqui expressas são pessoais e não refletem necessariamente o posicionamento destas empresas.