Pensando fora da caixinha
Por Carlos Barcha*
Se você acha que as americanas Tesla e Rivian, a chinesa BYD ou a vietnamita VinFast são as empresas mais disruptivas do setor automotivo, cuidado!
No meio de uma viagem sem volta rumo à mobilidade do futuro, a Apple vem dando demonstrações que pode, sim, definir conceitos e estabelecer paradigmas.
A gigante da tecnologia já havia chamado a atenção das montadoras tradicionais ao anunciar o desenvolvimento de um carro elétrico, que depois tornou-se um elétrico e autônomo. Agora ela volta à cena ao registrar patente de carro elétrico, autônomo e com realidade virtual.
O veículo, depois de pronto, contaria com tecnologia de realidade virtual para tornar o tempo que as pessoas passam dentro do carro mais produtivo e divertido.
Conhecido desde 2014 como Projeto Titã, depois de algumas idas e vindas, parece que, finalmente, o projeto prevê que anda… e a passos largos.
Depois da contratação em 2018 de Doug Field (ex-VP de Engenharia da Tesla) e a aquisição da startup Drive.ai em 2019, a Maçã deu mais um passo à frente ao contratar Manfred Harrer, executivo de desenvolvimento de chassis na Porsche em fevereiro deste ano.
Embora a Apple atue em hardware e software, há uma grande diferença entre construir smartphones e carros. Apesar das movimentações nos bastidores, uma parceria com uma fabricante de veículos experiente nunca é descartada.
Sejam supostas negociações com a coreana Hyundai no começo deste ano, especulações envolvendo o nome da japonesa Nissan em fevereiro passado e, agora, conversas com Toyota e Honda, como afirmou o Financial Times, o fato é que vencerá essa batalha a empresa, tradicional ou não, que conseguir evoluir ou reinventar-se pensando, mais do que nunca, fora da caixinha.
* Carlos Barcha é especialista em pneus com mais de 20 anos de experiência no setor automotivo e criador do Método Barcha
