Recarregar carros elétricos sem usar tomadas
Por Carlos Barcha*
Com o carro elétrico cada vez mais protagonista da mobilidade do futuro, fica cada dia mais latente a necessidade de tornarmos sua utilização realmente amigável ao meio ambiente, lembrando que o carro elétrico por si só não é autossustentável e pode ser até mais nocivo que carros movidos a combustão.
E a dependência de eletricidade e postos de recarga. A primeira, porque nem sempre é gerada de forma limpa. E a segunda, porque demanda investimentos em infraestrutura e mudança de cultura por parte dos usuários “de tirar o sono”, continuam concentrando grandes esforços para viabilizar o conceito.
Para tornar o carregamento algo menos traumático e mitigar parte dos investimentos em infraestrutura, empresas como Volvo e Tesla estão trabalhando em soluções de carregamento portáteis usando energia solar.
Inclusive, a montadora americana famosa por produzir somente carros que não utilizam combustível não só parece ter encontrado um pacote funcional de carregamento portátil como aproveitou para fornecer também internet sem fio ao acoplar no dispositivo uma antena da Space X, empresa do grupo conhecida por querer democratizar o turismo espacial, entre outras atividades.
Uma versão da solução foi apresentada durante a IddenExpo, na Alemanha, e ainda está passível de sofrer modificações e aprimoramentos. Apesar de ser mais um passo à frente, painéis de energia solar, embora sustentáveis e cada dia mais baratos, precisam, além de Sol, de um tempo de abastecimento e armazenamento de energia maior do que os carregadores que utilizam energia elétrica.
Na prática, uma redução da autonomia de um veículo em cerca de 80 km por dia pode ser um fator limitante ou até impeditivo!
Também por isso é fundamental que empresas como a Toyota continuem “jogando contra” o modelo elétrico e investindo no desenvolvimento de carros movidos a hidrogênio.
Os japoneses têm defendido abertamente que a combustão não é “o maior inimigo” e o futuro da mobilidade irá mudar de acordo com a região.
A combustão por si não agride o meio ambiente, uma vez que é a queima de combustíveis fósseis que gera a emissão dos gases contribuintes para o efeito estufa.
Com uma data marcada para a extinção dos motores movidos por essa classe de combustíveis e os carros elétricos ainda precisando superar desafios enormes, existe muito espaço – e necessidade – para tecnologias alternativas.
* Carlos Barcha é especialista em pneus com mais de 20 anos de experiência no setor automotivo e criador do Método Barcha