Em terra de metadados, quem tem OBI, KPI ou OKR nem sempre é rei
O mundo corporativo é mestre em criar siglas para consagrar conceitos. Por isso, precisamos entender muito bem não só os significados, mas também como nossas atividades e negócios se relacionam com dados, metas e mensuração de indicadores.
A cultura data driven tem se fortalecido, mas ela existe, de fato, na sua rotina? E aqui falamos de algo que vai muito além de OBI, KPI, OKR ou outras siglas mainstream.
Bom, antes de qualquer coisa, é importante começar falando do ponto vital para o sucesso de qualquer modelo de gestão: o indivíduo como fator crítico de sucesso na utilização de quaisquer ferramentas ou indicadores.
O ser humano tem o papel fundamental, é nele que ocorre a transformação e sobre ele recaem as atenções. Como líder ou como membro de um time, cabe ao indivíduo a tomada de decisão e a obstinação pela correção de rota quando necessário.
De acordo com Gustavo Esteves, CEO e fundador do Métricas Boss, “nós temos uma resistência aos dados apenas quando eles são inconvenientes à nossa opinião”, contextualizando a relação atual com os dados e como isso impacta na análise e, consequentemente, na tomada de decisões estratégicas.
E o especialista vai além: “quando você usa muita fonte externa de dado, você tende a ir pro que é favorável”. A dica aqui é simples: primeiro, escolha uma e siga para, em um segundo momento, construir uma estratégia mais robusta usando tudo que existe em casa.
Agora sim: você sabe qual deve ser a melhor ferramenta para alavancar resultados?
A resposta mais óbvia talvez seja KPI, modelo consolidado como forma clássica de medição da saúde do negócio, fundamentalmente sendo associados aos respectivos processos constituídos nas organizações e com inúmeras organizações que chegaram aonde estão, depois de passar por tantos “invernos rigorosos” de crises econômicas, utilizando esse modelo de gestão como casos de sucesso.
Entretanto, se você considera que inteligência organizacional é o somatório dos conceitos de inovação, criatividade, qualidade, produtividade, efetividade, perenidade, rentabilidade, modernidade, inteligência competitiva e gestão do conhecimento, o modelo OBI então seria a melhor resposta.
Afinal, modelos de informação formalizam dados para uma base única, e por meio de um software BI, sugerem decisões inteligentes para os gestores da organização.
Porém, em um mundo cada dia mais dinâmico, onde áreas focadas na satisfação do cliente, ou customer sucess em inglês, ganham cada dia mais força e relevância, um protocolo colaborativo de definição de metas para empresas, equipes ou indivíduos é fundamental. Aqui, OKR é a resposta certa!
Ao contrário do que muitos pensam, OKR é um modelo de gestão que nasceu na década de 1970 e a sigla é uma abreviação para a expressão em inglês “Objetives and Key Results”.
Olhando uma pergunta simples com três respostas corretas a partir de uma perspectiva de máxima eficiência, uma segunda pergunta se faz obrigatória: é possível trabalhar com OBI, KPI e OKR ao mesmo tempo para escalar e potencializar os resultados da minha atividade, time, empresa ou negócio? E a resposta é sim!
A partir da compreensão e relacionamento com cada uma das metodologias, arranjos para a otimização do trabalho se torna possível e os modelos passam a ser complementares.
No fim das contas, como organizações são sistemas vivos, é preciso apropriar-se das ferramentas para construir o melhor conceito para a sua realidade.
* Carlos Barcha é especialista em pneus com mais de 20 anos de experiência no setor automotivo e criador do Método Barcha