Bridgestone anuncia resultados desafiadores e plano de recuperação
A japonesa Bridgestone Corporation divulgou recentemente os resultados financeiros do segundo trimestre de seu ano fiscal de 2024, além de detalhar sua estratégia para enfrentar os desafios atuais do mercado. A companhia registrou aumento na receita, porém queda no lucro operacional ajustado, atribuindo esse desempenho negativo à redução de vendas e deterioração dos negócios na América Latina.
Apesar dos reveses, a Bridgestone mantém foco no segmento de pneus premium e soluções, visando uma margem de lucro operacional ajustada de 8% ou mais até 2026. Medidas de redução de custos devem gerar uma economia significativa de 65 bilhões de ienes (cerca de R$ 2,9 bilhões) ao longo do ano.
A empresa também planeja reestruturar vendas e produção para enfrentar a concorrência de marcas importadas mais baratas e melhorar a rentabilidade até 2026. A Bridgestone prevê reduzir ativos em 51 bilhões de ienes (aproximadamente R$ 2,3 bilhões) até o fim de 2024, com o objetivo de estabelecer uma estrutura enxuta em 2025 e intensificar as ações de redução de custos.
O foco em pneus premium, especialmente aqueles de alto e ultra alto perfil, é central na estratégia da Bridgestone. A companhia afirma estar executando um plano estratégico para mitigar o impacto dos desafios de mercado e impulsionar o crescimento futuro. A ênfase em produtos premium, iniciativas de redução de custos e esforços de reestruturação são fundamentais para melhorar a lucratividade e fortalecer a posição de mercado até 2026. Apesar da revisão para baixo da previsão para o ano inteiro, a Bridgestone afirma manter o compromisso com seus objetivos de longo prazo e busca o apoio de seus stakeholders enquanto navega em um cenário dinâmico e competitivo.
O CEO global, Shuichi Ishibashi, afirmou: “Apesar do vento favorável das taxas de câmbio, os negócios na América, que representam cerca da metade da receita global, registraram queda nos lucros, com grande impacto no desempenho global. A tendência de deterioração iniciada no segundo semestre de 2023 nos negócios americanos, com queda na rentabilidade do negócio de pneus para caminhões na América do Norte e deterioração dos negócios na América Latina, tocou o fundo do poço no primeiro semestre de 2024 e superou a fase mais crítica”.
Ele acrescentou: “Esperamos uma recuperação no segundo semestre. Por outro lado, a deterioração dos negócios na América Latina foi ainda pior do que o pior cenário previsto na orientação de fevereiro, e os negócios americanos como um todo devem ficar abaixo do plano para o ano inteiro. Os negócios europeus continuam com desempenho fraco e estão em processo de reconstrução”.
Ishibashi destacou ainda que os negócios na Ásia, Pacífico, Índia e China, além de especialidades como pneus para mineração e aviação, registraram crescimento em relação ao ano anterior.
Outros fatores positivos foram as vendas de pneus de passeio de alto perfil para reposição, vendas estáveis de pneus off-road para veículos de mineração e taxas de câmbio favoráveis.
Em relação às atividades globais de redução de custos, Ishibashi afirmou: “Estamos otimizando o equilíbrio entre vendas e produção, reduzindo custos fixos e exercendo rigorosamente o gerenciamento enxuto de estoques. No lado das vendas, estamos promovendo reduções de custos fixos em linha com o volume de mercadorias vendidas. Na produção, otimizamos nosso sistema de produção de acordo com as vendas em cada região, especialmente na Europa. Para melhorar a rentabilidade do negócio de pneus para caminhões, estamos promovendo a redução de custos fixos por meio da redução do número de dias de operação e suspensão de algumas operações”.