Nova Guerra Fria: o tarifaço de Trump e como isso pode impactar o comércio de pneus no mundo

Por Mateus Santos*

As novas tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump no último dia 2 de abril, têm o potencial de impactar significativamente o comércio global de pneus de caminhão. Essas ações, justificadas pelo presidente dos Estados Unidos como parte de uma estratégia para fortalecer a indústria nacional e reduzir a dependência de mercados externos, reacendem o debate sobre os efeitos do protecionismo na economia global.

A imposição de tarifas tende a provocar uma reconfiguração nas cadeias de suprimento globais. Fabricantes e importadores buscarão alternativas em países não afetados pelas tarifas elevadas, redirecionando rotas comerciais e investimentos. Tal movimento pode beneficiar nações que mantêm boas relações comerciais com os Estados Unidos, enquanto países como a China e os membros da União Europeia perdem participação nesse mercado. No entanto, essa transição não é imediata nem simples, o que pode causar desequilíbrios temporários no fornecimento e atrasos no atendimento da demanda.

Outro fator de preocupação é a possibilidade de retaliação comercial. Os países atingidos pelas tarifas podem responder com suas próprias barreiras contra produtos norte-americanos, instaurando uma nova onda de disputas comerciais. Essas tensões podem afetar não apenas o setor de pneus, mas também uma ampla gama de indústrias interdependentes, como a de autopeças, veículos e equipamentos pesados.

O setor de pneus de caminhão, inserido nesse contexto, torna-se um símbolo das consequências de políticas protecionistas que podem gerar aumentos de preços e reduções de margens já apertadas desde a última crise da COVID-19.

* Mateus Santos é engenheiro e mestre em ADM, formado pelas Faculdades Unitri, FGV e UNIALFA. Especialista em pequeno frotista, atua com pneus há mais de 15 anos através da Conquixta Pneus em Uberlândia/MG. Mateus é natural de Formiga/MG e fala sobre mercado, novidades, tendências e tudo que envolver pneus de caminhão e a vida do caminhoneiro autônomo.

– As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do 54PSI –