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Primeiro trimestre liga alerta no setor de pneus que registra queda de 3,1% nas vendas

O ano de 2025 começou com desafios importantes para a indústria nacional de pneus. Levantamento divulgado nesta terça-feira (29) pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) revela que, no primeiro trimestre, o setor registrou queda de 3,1% nas vendas em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi fortemente impactado pela retração de […]

por Lara Roibone em 29/04/2025 - Atualizado em 29/04/2025

O ano de 2025 começou com desafios importantes para a indústria nacional de pneus. Levantamento divulgado nesta terça-feira (29) pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) revela que, no primeiro trimestre, o setor registrou queda de 3,1% nas vendas em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi fortemente impactado pela retração de 9,2% no mercado de reposição.

Em contrapartida, as vendas para montadoras apresentaram crescimento expressivo de 17,4% no trimestre. Esse avanço, no entanto, não foi suficiente para equilibrar o desempenho negativo no varejo, principal canal de escoamento da produção nacional.

O segmento de pneus para veículos de passeio registrou queda de 8,5% no total — com retração de 10,7% nas vendas para o mercado de reposição e baixa de 3,1% nas entregas para montadoras.

Também houve recuo de 5,3% nas vendas de pneus para veículos de carga. Nesse grupo, as vendas para montadoras ficaram praticamente estáveis (-0,2%), mas o mercado de reposição teve retração de 7,1%. O desempenho no segmento de motocicletas seguiu a tendência negativa. Apenas no mercado de reposição, as vendas caíram 7,8.

ANIP vê risco de novo avanço das importações asiáticas

Além da queda nas vendas, a ANIP acende o alerta para os riscos adicionais que podem surgir com o aumento das tarifas promovido pelo governo dos Estados Unidos. A entidade avalia que, com a nova política tarifária do presidente Donald Trump, países asiáticos fortemente penalizados devem redirecionar suas exportações para mercados alternativos — e o Brasil pode se tornar um dos destinos prioritários.

Para a associação, a entrada massiva de pneus importados, muitas vezes abaixo do custo de produção local, compromete a competitividade da indústria nacional e coloca em risco milhares de empregos. O setor já enfrenta esse cenário há pelo menos quatro anos e alerta que, sem uma política firme de defesa comercial, o país pode acelerar seu processo de desindustrialização.

A ANIP defende medidas adicionais de proteção e controle por parte do governo brasileiro para mitigar a pressão externa.