Autopromotec apresenta vila temática com soluções RFID

Do armazenamento à reciclagem, passando pela logística, manutenção e até recapagem, a tecnologia de identificação por radiofrequência — conhecida pela sigla em inglês RFID (Radio Frequency Identification) — está cada vez mais presente no ciclo de vida dos pneus. Ao permitir o rastreamento individual de cada unidade, essa solução digital se consolida como um recurso estratégico para aumentar a eficiência operacional, garantir transparência e fortalecer práticas sustentáveis em toda a cadeia do setor.

Com o objetivo de apresentar na prática como essa tecnologia pode ser aplicada desde a produção até o descarte dos pneus, a feira internacional Autopromotec, realizada em Bolonha (Itália), criou o projeto “RFID Ecosystem Village”. Localizada no pavilhão 22 (estande A2), a iniciativa reúne oito empresas — Ateq, Corghi, Devel, Fasep, GDSO, Innovando, Michelin e Regom — que demonstram, ao vivo, diferentes aplicações da tecnologia ao longo do evento.

O RFID já é utilizado em diversas etapas do setor para identificar pneus de forma única e precisa, o que facilita a gestão de estoque, a rastreabilidade de produtos e a integração com sistemas de manutenção. Além disso, a tecnologia é peça-chave para o futuro passaporte digital de produto (Digital Product Passport – DPP), que deverá se tornar um padrão regulatório em mercados europeus. Para isso, é fundamental um ecossistema interoperável, liderado por organizações como a GDSO (Organização Global de Serviços de Dados para Pneus e Componentes Automotivos), que desde 2022 atua na criação de um padrão global para o uso de dados de pneus em nuvem.

Entre os fabricantes, a Michelin procura se destacar. Na edição deste ano da Autopromotec, a empresa apresenta pneus equipados com RFID já integrados de fábrica — tanto para automóveis quanto para veículos pesados, incluindo modelos novos e recapados. A proposta é demonstrar como a tecnologia agrega valor em todas as fases do ciclo de vida: desde o desenvolvimento e produção até a logística, uso, manutenção, reaproveitamento e descarte, promovendo assim uma economia circular mais eficiente.

No segmento de serviços pós-venda, a tecnologia RFID também mostra seu valor. A empresa Ateq, por exemplo, apresenta ferramentas portáteis de escaneamento que facilitam o trabalho com sensores de monitoramento da pressão dos pneus (TPMS), reduzindo o tempo de atendimento e aumentando a precisão dos diagnósticos. Já a Corghi apresenta um sistema de pré-verificação dinâmica, capaz de gerar relatórios completos integrando os dados via RFID com o serviço de informações dos pneus.

Outras etapas do processo, como o suporte técnico e o balanceamento, também recebem atenção. A Devel exibe uma máquina de desmontagem de pneus com diagnóstico automático, enquanto a Fasep apresenta um balanceador com leitor RFID embutido, que automatiza processos e melhora o rendimento da oficina. Já na fase final da vida útil dos pneus, empresas como a Innovando e a Regom investem em soluções que ampliam a rastreabilidade e a eficiência na triagem e reciclagem — a última, inclusive, combina RFID com inteligência artificial para classificar pneus usados em escala industrial.

Além da área expositiva, os visitantes poderão acompanhar uma conferência exclusiva sobre o tema, intitulada “O ecossistema RFID em pneus”, que acontece na quarta-feira, 21 de maio, às 14h (horário local), na Galeria 21/22. O encontro reunirá representantes de todas as empresas envolvidas no projeto, promovendo um debate técnico sobre os benefícios e desafios da implementação dessa tecnologia em larga escala.