ANIP alerta: alta da alíquota de importação é insuficiente para proteger empregos e investimentos
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) avalia como importante para o setor a decisão da Camex (Câmara de Comércio Exterior) de aumentar a alíquota de importação para pneus de passeio, de 16% para 25% por 12 meses. A entidade fará o acompanhamento do mercado nos próximos meses para verificar se a medida surtirá, de fato, efeito nas importações, que vêm ocorrendo de forma desleal no país.
Segundo estudo da LCA Consultoria Econômica, pneus importados da Ásia chegam ao país com preços em média até 69% menores que os praticados no mercado internacional.
De acordo com o estudo, sem medidas para conter as importações a preços desleais, a produção industrial brasileira perderá R$ 8,2 bilhões de reais ao ano e terá queda de R$ 2,6 bilhões do PIB. A estimativa é de corte de 30,8 mil postos de trabalho (diretos e indiretos), com redução de R$ 1,1 bilhão na massa salarial agregada.
A indústria de pneus no Brasil conta com 11 empresas e 21 fábricas, distribuídas por 7 estados. O setor gera 32 mil empregos diretos e 500 mil indiretos – produtores de borracha e fabricantes de aço, têxteis e produtos químicos, além das revendas e nas reformadoras de pneus – e uma arrecadação tributária de 5,2 bilhões em 2023. O setor cumpre com todas as metas ambientais de recolhimento de pneus inservíveis, de acordo com o Ibama, o que não ocorre com os importados.