Bateria: por que desconectar primeiro o terminal negativo e depois o positivo?

Se você já precisou desconectar a bateria do veículo, certamente já leu as instruções a seguir. Para desconectar os terminais elétricos da bateria do veículo, primeiro você deve desconectar o terminal negativo e depois desconectar o terminal positivo. Já para conectar os terminais na bateria do veículo, primeiro você deve conectar o terminal positivo e depois conectar o terminal negativo. Já parou para pensar no porquê disso?

O sistema elétrico do carro é alimentado, tradicionalmente, pela sua bateria. O polo positivo é conectado e distribuído aos diferentes circuitos de entrada de alimentação, enquanto o polo negativo da bateria é conectado à carroceria do carro.

Na elétrica, quando se conecta um fio por exemplo, cuja resistência elétrica é quase zero, a um ponto com um determinado potencial elétrico, ele percorre o fio e chega íntegro até a outra ponta. De forma bem simples, o fio como um todo se torna uma extensão do potencial elétrico presente em uma de suas pontas.

No caso do polo negativo da bateria, ele é conectado por um cabo à carroceria do carro. Como a resistência elétrica do cabo é quase zero, o polo negativo da bateria chega íntegro à carroceria do carro.

Por sua vez, a carroceria do carro, por ser metálica e por possuir uma resistência elétrica quase nula, permite que o polo negativo da bateria chegue a todos os pontos dela, ou seja, a carroceria metálica do carro se torna inteira uma extensão do polo negativo da bateria.

Com o polo negativo da bateria presente em toda a carroceria, todos as partes e peças metálicas, cuja resistência elétrica é quase nula e que têm contato elétrico com ela, também se tornam extensões do polo negativo da bateria. Isso inclui: suspensão, câmbio, motor, enfim, muita coisa.

Em resumo, praticamente tudo que é metálico no cofre do motor é uma extensão do polo negativo da bateria e, portanto, é um ponto de aterramento. E todos nós sabemos que, conectando sem qualquer resistência no caminho o polo positivo ao polo negativo da bateria, se fecha um curto-circuito.

Com isso em mente, imagine a seguinte situação:

Você quer trocar a bateria do carro. Para fazer isso, você pega uma chave de metal, cuja resistência elétrica é quase zero, e encaixa ela na porca do terminal elétrico que está no polo positivo da bateria. Ao fazer isso, todo o metal da chave se torna uma extensão do polo positivo da bateria.

Agora você tem na sua mão uma chave que é uma extensão do polo positivo da bateria e no entorno dela tem um monte de extensões do polo negativo da bateria: a carroceria, a carcaça do câmbio, o bloco do motor, o cabeçote, um coletor, e por aí vai.

Basicamente, se você esbarrar com essa chave em qualquer parte metálica do entorno que seja uma extensão do polo negativo da bateria, você fechará instantaneamente um c Já parou para pensar no porquê disso curto-circuito. É tipo uma gincana do curto-circuito: solte a porca sem esbarrar em nada em volta!

Obviamente, além de ser perigoso isso não faz o menor sentido, e para evitar essa situação no momento de soltar os terminais elétricos da bateria, primeiro se solta o terminal negativo e depois se solta o terminal positivo.

Ao contrário do que ocorre quando se solta o terminal positivo primeiro, em que você praticamente não pode esbarrar com a chave em absolutamente nada do entorno, ao soltar primeiro o terminal negativo, basicamente o único ponto com o qual você deve se preocupar em não esbarrar com a chave é o polo positivo.

Aliás, se você notar, na esmagadora maioria dos carros você encontra proteções nos principais pontos positivos: é uma capinha plástica em volta do polo positivo da bateria, é uma caixinha em volta dos principais fusíveis de proteção, e por aí vai. Afinal, é muito mais fácil proteger alguns poucos pontos positivos do que uma infinidade de pontos negativos.

Soltando primeiro o terminal negativo, você só precisa se preocupar em não esbarrar no polo positivo. Aliás, se houver alguma uma proteção ou capinha no polo positivo, deixe ela lá até você terminar de soltar totalmente o terminal negativo.

Após soltar o terminal negativo da bateria, você interrompe a disponibilização de negativo para absolutamente todo o carro. Agora, o negativo só está presente no polo negativo da bateria.

Com isso, soltar o terminal do polo positivo na sequência fica muito mais fácil: Como não há mais uma infinidade de extensões do polo negativo no entorno dele, você pode soltar o terminal positivo se preocupando apenas em não esbarrar com a chave no polo negativo.

Em síntese, seguindo a ordem correta de desconexão, primeiro o negativo e depois o positivo, você só se preocupa, ao soltar os terminais da bateria, em não esbarrar com a chave no polo oposto.

A sequência de conexão dos terminais da bateria, primeiro o positivo e depois o negativo, segue absolutamente o mesmo raciocínio. Você não quer conectar primeiro o terminal negativo, porque se você o fizer, ao conectar o terminal positivo na sequência, você terá em volta dele uma infinidade de pontos negativos que podem provocar, num descuido, um curto-circuito, e assumir esse risco não faz o menor sentido.

Conectando primeiro o terminal positivo, você só se preocupa em não encostar com a chave no polo negativo. E dica rápida: Após conectar o terminal positivo e antes de partir para conexão do terminal negativo, reinstale as proteções e capinhas, caso elas existam, no polo positivo. Fazendo isso, você evita que, num eventual acidente, o polo positivo desnecessariamente exposto acabe permitindo a ocorrência de um curto-circuito.

Enfim, com o terminal conectado no polo positivo e as eventuais proteções instaladas, aí sim você parte para a conexão do terminal negativo. Ao fazer isso, sua única preocupação será não esbarrar no polo positivo. Super tranquilo!

Respeitando essas regras, você felizmente nunca conhecerá o senhor Curto, também conhecido como curto “Sir”cuito….. kkkkk.