CEO da Michelin comenta sobre protestos de funcionários e desafios econômicos da fabricante de pneus francesa
Na esteira das manifestações de aproximadamente 1.300 funcionários das instalações da Michelin em Cholet e Vannes contra demissões planejadas, Florent Menegaux, CEO da fabricante de pneus francesa, comentou sobre os desafios enfrentados pela empresa, as mudanças no cenário econômico e destacou a importância da transparência. “É essencial expor os fatos com clareza, especialmente em tempos voláteis”, afirmou durante coletiva de imprensa.
A empresa propôs indenizações de € 35.000 para os funcionários de Cholet e de € 50.000 para os de Vannes, valores inferiores aos € 70.000 reivindicados pelos trabalhadores.
Na semana passada, em audiência no Senado sobre a crise enfrentada pela indústria automotiva francesa, Menegaux destacou os custos operacionais da Michelin, observando que a produção na Europa é duas vezes mais cara do que na Ásia. O executivo apontou a crescente concorrência de pneus importados da região, os altos custos de produção e o aumento das tarifas de energia como fatores que afetam a competitividade da empresa no continente.
Menegaux também criticou a infraestrutura de transporte da região, afirmando que Clermont-Ferrand enfrenta desafios no setor ferroviário, impactando a logística da empresa. Ele mencionou dificuldades na mobilidade dos funcionários para reuniões em Paris, ressaltando a necessidade de melhorias no transporte para manter a eficiência operacional.
O CEO também abordou o impacto da carga tributária sobre a empresa, argumentando que os altos impostos tornam difícil competir internacionalmente. Segundo ele, os custos trabalhistas na França são elevados em comparação com concorrentes estrangeiros, o que afeta a capacidade de crescimento da Michelin.
A situação reflete desafios não apenas para a Michelin, mas para a economia francesa e europeia.
* Com informações Journal du Pneu, Le Figaro, The Pinnacle Gazette
