Novo imposto de importação pode elevar preço dos pneus de passeio em até 16%

Novo imposto de importação pode elevar preço dos pneus de passeio em até 16%

O aumento da alíquota do Imposto de Importação de pneus para carros de passeio – de 16% para 25% – decidido na última quarta-feira (18) pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), em resposta ao pedido da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), deverá impactar o preço final dos pneus importados, que poderá subir até 16%, tornando-os mais caros que os produzidos no Brasil. Essa elevação pode ainda refletir em um acréscimo inflacionário de 0,1% a 0,2% na economia brasileira, além de pressionar o custo dos veículos e da manutenção, prejudicando diretamente os consumidores.

“Estudos da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) mostram que esse aumento representa uma medida precipitada, que favorece um pequeno grupo de fabricantes multinacionais instalados no Brasil, em detrimento da concorrência saudável e da liberdade de escolha dos consumidores”, afirma Samer Nasser, diretor de Relações Institucionais da Sunset Tires, uma das maiores empresas do setor na América Latina.

Nasser ressalta que a justificativa da ANIP, baseada em uma suposta “concorrência desleal”, é incorreta, uma vez que o custo de produção de pneus no Brasil é comparável ao de outros países. Um estudo conduzido pela renomada consultoria global Charles River Associates, com 50 anos de atuação, reforça essa afirmação. Segundo o relatório, “não se sustenta a tese de que os importados possuem custos inferiores aos das matérias-primas utilizadas na fabricação nacional. A estimativa do custo de insumos para a produção de pneus gira em torno de US$ 1,63 por quilo, enquanto o preço do produto importado é de US$ 2,90 por quilo – ou seja, 81% maior, não havendo qualquer anomalia”.

Por outro lado, Nasser celebra a decisão da Camex de não aumentar o Imposto de Importação para pneus de caminhões e ônibus, respondendo a um forte apelo dos transportadores e do mercado, que não suportaria mais um aumento de custos. “Agora, é necessário buscar soluções que promovam um ambiente de competição justa, que beneficie não apenas os fabricantes, mas também os consumidores e a economia nacional”, conclui.

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