Goodyear registra prejuízo de R$ 56 milhões no 1º trimestre

A Goodyear Tire & Rubber Company divulgou um prejuízo líquido ajustado de 11 milhões de dólares (cerca de R$ 56 milhões) no primeiro trimestre de 2025. No mesmo período do ano anterior, a fabricante havia registrado lucro líquido de 29 milhões de dólares (aproximadamente R$ 147 milhões). A queda nos resultados reflete um cenário de custos mais elevados e redução no volume global de vendas de pneus.

A receita operacional por segmento foi de 195 milhões de dólares (R$ 990 milhões), uma queda de 52 milhões de dólares (R$ 264 milhões) em relação ao primeiro trimestre de 2024. Segundo a empresa, esse desempenho foi impactado pela venda da divisão de pneus fora de estrada (OTR, na sigla em inglês) para a japonesa Yokohama Rubber Company Ltd., concluída em fevereiro deste ano, além do aumento nos custos com matérias-primas.

De acordo com a Goodyear, o resultado operacional incorporou ganhos de 200 milhões de dólares (R$ 1 bilhão) com o programa Goodyear Forward, mas foi prejudicado por fatores como a diferença negativa entre preços e custos de insumos (113 milhões de dólares ou R$ 573 milhões), inflação (56 milhões de dólares ou R$ 284 milhões), queda no volume de pneus vendidos (33 milhões de dólares ou R$ 167 milhões), custos fixos não absorvidos (19 milhões de dólares ou R$ 96 milhões) e variação cambial desfavorável (12 milhões de dólares ou R$ 61 milhões). O volume global de pneus vendidos somou 38,5 milhões de unidades no trimestre.

Na América, a receita totalizou 2,5 bilhões de dólares (R$ 12,7 bilhões), uma retração de 3,3% em comparação anual. A empresa atribui essa queda à redução no volume de reposição e à influência negativa das variações cambiais. O volume de pneus vendidos na região recuou 3,1%, sendo que o segmento de reposição caiu na mesma proporção. Segundo a companhia, a retração reflete a redução nas vendas dos membros da Associação dos Fabricantes de Pneus dos Estados Unidos (USTMA, na sigla original), enquanto marcas de baixo custo — geralmente importadas — cresceram 10% no país. Já o volume de pneus para montadoras caiu 3,2%, embora a Goodyear afirme ter ganhado participação nesse segmento.

Na Europa, Oriente Médio e África, as vendas somaram 1,3 bilhão de dólares (R$ 6,6 bilhões), queda de 5,2% na comparação com 2024. O volume de pneus de reposição caiu 2%, enquanto os fornecidos para veículos novos avançaram 3%. Ainda assim, a região registrou prejuízo operacional de 5 milhões de dólares (R$ 25 milhões). Na Ásia-Pacífico, a receita recuou 21,3%, totalizando 474 milhões de dólares (R$ 2,4 bilhões), com queda de 12,4% no volume total de pneus vendidos. A retração foi puxada pela redução em produtos de baixa margem e pela venda da unidade de pneus fora de estrada. O lucro operacional nessa região foi de 45 milhões de dólares (R$ 228 milhões), 15 milhões de dólares (R$ 76 milhões) abaixo do ano anterior.

A venda da operação de pneus OTR gerou um montante bruto de 905 milhões de dólares (R$ 4,6 bilhões). Já a negociação da marca Dunlop para a Sumitomo Rubber Industries Ltd. resultou em uma arrecadação de 735 milhões de dólares (R$ 3,7 bilhões). A empresa afirma que esses recursos serão usados para reduzir o endividamento e financiar iniciativas do plano de reestruturação Goodyear Forward. O objetivo é alcançar até o final de 2025 uma margem operacional segmentada de 10%, benefícios anuais de 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,6 bilhões) e redução da alavancagem líquida para até 2,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês).