Importadores de pneus reagem ao pedido da ANIP por retorno de imposto
“A ofensiva dos fabricantes nacionais contra os importados é fruto de uma indústria mal-acostumada com reserva de mercado e aumento arbitrário de lucros pelo excesso de proteção, que fizeram do pneu brasileiro o mais caro do mundo”, disse Ricardo Alípio da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), sobre a recente decisão da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), de reunir a imprensa para reivindicar o retorno da alíquota de 16% do imposto de importação para pneus de caminhão.
“Vivemos um momento em que indústria pneumática nacional não atende a demanda interna porque optou em exportar boa parte de sua produção, surfando na onda do dólar alto. Faltam várias medidas de pneus no mercado brasileiro e a importação é imprescindível para preencher essas lacunas suprindo parte da demanda de transportadores e montadoras de caminhões. Muitas montadoras, inclusive, estão tendo que fazer importação direta para evitar que a espera por pneus atrapalhe a linha de montagem”, afirmou Alípio, destacando que “o momento já é extremamente desfavorável às importações, sendo inimaginável qualquer aumento de imposto”.
O representante dos importadores esclareceu que a disparada da cotação do dólar e do preço do frete internacional já dificultam muito a importação de pneus. “A alíquota zero do imposto de importação está apenas neutralizado os efeitos da alta do dólar e do frete. Falar em restabelecimento do imposto de importação nesse momento é totalmente inoportuno. Agravaria ainda mais o quadro de escassez de pneus no mercado interno e preços elevados para os caminhoneiros, com repercussão no valor de todos os produtos transportados por caminhão”, completou.
O governo federal zerou a alíquota do imposto de importação de algumas medidas de pneus no início do ano para beneficiar caminhoneiros autônomos e reduzir o custo do transporte de cargas. A medida foi publicada sem prazo para acabar.