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Kumho cobra apoio da Doublestar após incêndio em Gwangju

Quase um mês depois do incêndio que devastou parte da fábrica da Kumho Tire em Gwangju, no sudoeste da Coreia do Sul, a empresa ainda não conseguiu retomar a produção. O complexo, inaugurado em 1974, tinha duas linhas e capacidade projetada para até 16 milhões de pneus de passeio por ano; a mais recente entregava […]

por Mateus Taday em 13/06/2025 - Atualizado em 13/06/2025

Quase um mês depois do incêndio que devastou parte da fábrica da Kumho Tire em Gwangju, no sudoeste da Coreia do Sul, a empresa ainda não conseguiu retomar a produção. O complexo, inaugurado em 1974, tinha duas linhas e capacidade projetada para até 16 milhões de pneus de passeio por ano; a mais recente entregava cerca de 11,5 milhões – o equivalente a 33 mil unidades por dia.

Com a paralisação completa de uma linha, a companhia perde algo próximo de R$ 3,2 milhões por dia em faturamento, segundo estimativas internas. A estrutura danificada permanece sob risco de colapso, e analistas do setor já tratam o sinistro como “perda total” para a instalação.

A principal acionista, a chinesa Qingdao Doublestar, que controla 45 % do capital desde 2018, enfrenta pressão crescente para injetar recursos na subsidiária coreana. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores viajaram até Qingdao na tentativa de convencer a matriz a apresentar um plano de socorro imediato, mas relataram “atitude irresponsável” e falta de respostas concretas.

Como alternativa, a direção da Kumho pediu à prefeitura de Gwangju a alteração do zoneamento do terreno industrial para uso comercial. Se a mudança for aprovada, o lote poderá ser vendido por cerca de R$ 5,6 bilhões, quantia que financiaria a construção de uma nova fábrica em outra região.

A administração promete detalhar até o início de julho um roteiro completo de recuperação e mudança de planta. Consultorias de mercado, entretanto, calculam que a produção só será normalizada entre 18 e 36 meses após o início das obras, com queda de receita estimada em R$ 3,2 bilhões no período.

O incêndio expôs tanto a fragilidade financeira da Kumho quanto o impasse societário com a acionista chinesa. Enquanto trabalhadores temem cortes de empregos em cadeia, governos locais e investidores pressionam por uma solução que garanta continuidade operacional e preserve a importância econômica do polo de Gwangju para a indústria automotiva sul-coreana.

Com informações do The Korea Time.

Foto: Yonhap News.

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