Michelin encerrará produção de pneus na fábrica de Oklahoma

Fonte: Tire Business

ARDMORE, Oklahoma – Citando a “evolução das demandas do mercado” nos próximos anos, a Michelin North America Inc. planeja encerrar a produção de pneus até o final de 2025 em sua fábrica de pneus de passeio em Ardmore e transferir a capacidade da fábrica para outras fábricas da Michelin na América do Norte. A notícia acontece em meio às negociações para encerramento de produção em fábricas na Alemanha.

A decisão de fechar a fábrica de 53 anos no sul de Oklahoma – compartilhada hoje cedo com funcionários, clientes, líderes comunitários e outras partes interessadas públicas – afetará cerca de 1.400 funcionários. As operações de mistura de borracha na fábrica estão programadas para continuar.

A fábrica – inaugurada em 1970 pela Uniroyal Inc. e adquirida pela Michelin em 1989 – é uma das cinco fábricas que a Michelin opera nos EUA com capacidade para pneus de passeio. Os outros estão em Fort Wayne, Indiana; Greenville e Lexington, SC; e Tuscaloosa, Alabama. As fábricas de Fort Wayne e Tuscaloosa são instalações sindicais.

A capacidade da planta está listada em 23.000 unidades por dia. No início deste ano, a Honda North America Inc. homenageou a Michelin North America com o prêmio de principal fornecedor para 2022 e, em particular, citou as contribuições da fábrica de Ardmore.

Apesar dos investimentos substanciais nos últimos cinco anos para melhorar as capacidades técnicas e a competitividade na fábrica, a Michelin disse que concluiu que a fábrica de Ardmore não está equipada para fornecer pneus a custos competitivos que irão satisfazer as crescentes exigências do mercado nos próximos anos.

Continuar a fazer investimentos para modernizar a fábrica de Ardmore teria um impacto negativo em outras unidades da rede nos EUA, disse a Michelin. Ardmore é uma cidade com cerca de 24.000 habitantes.

“A Michelin tem se esforçado para ser um bom administrador em todos os capítulos desta fábrica e comunidade. Encerrar as operações é a mais difícil de todas as decisões de negócios”, disse Terry Redmile, vice-presidente sênior de fabricação da Zona das Américas do Grupo Michelin. “A empresa explorou cuidadosamente todas as outras opções antes de tomar esta decisão”.

Os funcionários da empresa estavam programados para se reunirem com representantes dos funcionários em 26 de outubro para discutir detalhes específicos e por meio de conversas individuais nas próximas semanas.

O momento preciso não foi determinado para fases específicas da desaceleração, disse a Michelin. Com base nas perspectivas atuais para a procura do mercado, no entanto, espera-se que as operações na fábrica de Ardmore continuem a registar uma tendência gradualmente inferior até meados de 2024, altura em que ocorrerá a primeira vaga de reduções de pessoal.

Espera-se que reduções adicionais ocorram em fases até 2025, à medida que os planos de transição forem finalizados, disse a Michelin.

As operações de mistura de borracha na fábrica de Ardmore abastecem outras fábricas na América do Norte e, portanto, devem continuar no futuro próximo, disse a fabricante de pneus com sede em Greenville, S.C.

Entre as condições fundamentais de mercado citadas pela Michelin para tomar esta decisão estão:

• o domínio de picapes e veículos crossover na América do Norte, que exigem tamanhos de pneus cada vez maiores;
• transição dinâmica do mercado para veículos elétricos; e
• requisitos dos clientes para melhorias contínuas na resistência ao rolamento e outras tecnologias de materiais sustentáveis.

Tomados em conjunto, estes fatores acrescentam uma complexidade substancial ao portfólio da empresa, o que, por sua vez, exige uma flexibilidade industrial muito maior.

A Michelin interrompeu as operações na fábrica a partir da manhã de quinta-feira, 26 de outubro, para iniciar o processo de apresentação de detalhes sobre a transição diretamente a cada membro da equipe.