Nokian Tyres cresce 14% no primeiro trimestre, mas enfrenta pressão de custos e margens apertadas
A fabricante finlandesa de pneus Nokian Tyres apresentou crescimento de 14,2% nas vendas no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida, ajustada para variações cambiais, alcançou €269 milhões — cerca de R$1,48 bilhão — impulsionada por resultados consistentes em todas as regiões onde atua. Apesar do avanço […]
por Mateus Taday em 16/05/2025 - Atualizado em 15/05/2025
A fabricante finlandesa de pneus Nokian Tyres apresentou crescimento de 14,2% nas vendas no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida, ajustada para variações cambiais, alcançou €269 milhões — cerca de R$1,48 bilhão — impulsionada por resultados consistentes em todas as regiões onde atua. Apesar do avanço comercial, o desempenho financeiro foi impactado por custos elevados de matérias-primas e pelos investimentos em novas instalações industriais.
Segundo Paolo Pompei, presidente e diretor-executivo da Nokian Tyres, o crescimento registrado neste início de ano dá continuidade ao ritmo positivo observado nos dois trimestres anteriores. No entanto, o prejuízo operacional aumentou em relação ao primeiro trimestre de 2024: a companhia registrou uma perda de €18,5 milhões (aproximadamente R$101,7 milhões), contra um prejuízo de €15,1 milhões no mesmo período do ano passado. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) ficou em €12,25 milhões (R$67,3 milhões), o equivalente a 4,6% das vendas líquidas.
A empresa está na reta final de um ciclo de investimentos iniciado há três anos, totalizando cerca de €800 milhões (R$4,4 bilhões). Dois grandes projetos deverão ser concluídos até o final de 2025: um deles é a nova fábrica na Romênia, que começou a entregar pneus em março e terá expansão progressiva até 2027. Segundo a empresa, a unidade oferece flexibilidade operacional comparável à que existia na antiga fábrica russa. O outro foco está na planta localizada em Dayton, nos Estados Unidos, que deve operar com 80% da capacidade neste ano.
Apesar da expansão, a empresa enfrenta margens pressionadas pelos custos de insumos e pelo impacto de tarifas comerciais, especialmente na América do Norte. Pompei explicou que o aumento nos preços de matérias-primas exigiu ações para proteger a participação de mercado em regiões estratégicas. Reajustes de preços foram realizados no primeiro trimestre e a expectativa é que seus efeitos comecem a aparecer no segundo trimestre de 2025.
As tarifas de importação nos Estados Unidos geram incertezas, mas também são vistas como uma oportunidade estratégica para a Nokian. A empresa destaca que mais da metade dos pneus vendidos no mercado norte-americano são importados, e que ter uma fábrica local — como a de Dayton — pode ser uma vantagem competitiva importante caso as tarifas se mantenham.
Mesmo diante dos desafios de curto prazo, a Nokian Tyres mantém metas ambiciosas para os próximos anos: alcançar €2 bilhões (R$11 bilhões) em vendas anuais, margem operacional (EBIT) de 15% e margem EBITDA entre 23% e 25%. O foco da companhia segue em nichos rentáveis como pneus de inverno, pneus para todas as estações e pneus para aplicações pesadas. A expectativa é reduzir o endividamento líquido, hoje em torno de €800 milhões, ao longo dos próximos trimestres, preservando liquidez por meio de linhas de crédito e programas de emissão de títulos de curto prazo.