Os desafios da nova aposta da XBRI no Brasil
Conforme noticiado aqui na 54PSI na última sexta- feira (27), A XBRI, por meio da Sunset Tires, entrará no mercado brasileiro de reforma de pneus com sua nova banda de rodagem. No entanto, enfrentará desafios importantes como a forte concorrência de grandes marcas e fabricantes locais já estabelecidos, aliada à fidelidade dos clientes a marcas consolidadas, pode dificultar a penetração da XBRI, especialmente se o produto não se destacar em durabilidade, desempenho ou custo-benefício.
Outro obstáculo é a regulamentação brasileira, que impõe normas rígidas para a reforma de pneus. No entanto, a parceria com a Moreflex, marca já estabelecida, facilitará esse processo. A logística também será um desafio, visto que o mercado brasileiro é extenso e exige uma distribuição eficaz, o que pode demandar altos investimentos em infraestrutura e transporte.
O controle de custos é outro fator crítico, uma vez que o mercado de reforma de pneus é sensível a preços, especialmente para frotas. A XBRI precisará oferecer um bom equilíbrio entre qualidade e preço para competir com marcas já consolidadas. Além de ter que superar a resistência a novas tecnologias exigirá um forte investimento em marketing e conscientização para demonstrar os benefícios da nova banda de rodagem ao consumidor.
Por fim, e não menos importante, a nova banda da XBRI precisará se adaptar à uma realidade a muito tempo consolidada no Brasil que é a de “recapadoras concessionárias”. As atuais reformadoras de pneus no Brasil, em sua grande maioria, são vinculadas contratualmente a obterem fornecedores únicos.
Normalmente, os fornecedores oferecem a tecnologia de vulcanização, treinamento e padronização da reformadora e a reformadora se compromete a comercializar apenas os produtos deste fornecedor. Isso pode ser um entrave substancial para a XBRI, pois mesmo que ela busque a opção de “triangulação”, onde vende a banda diretamente para o frotista e ele procurar quem fara o serviço de reforma, as recapagens possuem entraves jurídicos com seus fornecedores que inviabilizam este tipo de acerto.
Muitas outras marcas já tentaram está forma de negociação, porém não obtiveram sucesso. Será este o caso da XBRI? Somente o tempo poderá responder esta pergunta.
* Mateus Santos é engenheiro e mestre em ADM, formado pelas Faculdades Unitri, FGV e UNIALFA. Especialista em pequeno frotista, atua com pneus há mais de 15 anos através da Conquixta Pneus em Uberlândia/MG. Mateus é natural de Formiga/MG e fala sobre mercado, novidades, tendências e tudo que envolver pneus de caminhão e a vida do caminhoneiro autônomo.
– As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do 54PSI –