Por que pneus run flat devem contar com TPMS?

TPMS, abreviação do inglês Tire Pressure Monitoring System, é um sistema desenvolvido para monitorar,  em tempo real, as pressões dos pneus. Em carros equipados com pneus comuns esse sistema pode ser visto por alguns como um opcional, um “mimo tecnológico”, porém em carros equipados com pneus run flat ele é fundamental.

Em um carro equipado com pneus comuns, quando um pneu fura e perde totalmente a pressão de inflação, o aro da roda se apoia sobre a parte interna da banda de rodagem.

O amortecimento que antes existia em função do pneu estar inflado e, consequentemente, em sua forma ideal de trabalho, não mais existe. Agora, o aro da roda toca quase que diretamente o solo, separado apenas pela borracha da banda de rodagem do pneu.

As consequências dessa condição de operação são facilmente percebidas. Nota-se ruído e vibração maiores na rolagem dos pneus, instabilidade direcional do carro, direção pesada, dentre outras.

Já em carros equipados com pneus run flat, a situação muda de figura. Run flat, em tradução livre, quer dizer “roda-vazio”. De forma simples, pneus run flat são capazes de seguir rodando mesmo quando não têm pressão, quando estão totalmente vazios. Tradicionalmente, conjuntos deste tipo podem rodar, após perderem totalmente a pressão de inflação, 80 km a uma velocidade de, no máximo, 80 km/h.

Por permitir tal condição de rodagem, é possível que você simplesmente não note que um pneu run-flat apresentou perda de pressão, e é aqui que o TPMS demonstra sua relevância.

Para evitar que você supere, sem perceber, os limites de utilização de um pneu run-flat, o TPMS monitora de forma constante a operação do pneu, sendo capaz de identificar quando este sofre uma perda de pressão anormal. Ao notar tal ocorrência, um alerta é exibido para o motorista no painel do carro.

Com esse alerta, o motorista toma ciência de que um dos pneus não está com sua pressão de inflação normal e verifica o que está ocorrendo.

Se o carro estiver equipado com pneus comuns, insistir em rodar com o pneu furado definitivamente não é uma opção. Sustentar tal condição de rodagem, em primeira análise, pode danificar permanentemente o pneu que, caso fosse imediatamente trocado, poderia ser reparado.

Além disso, não somente o pneu pode ser comprometido: o aro da roda pode ser arranhado e amassado por não mais contar com o pneu corretamente inflado em sua operação, flexível do sistema de freios, parabarro, paralama, reservatórios e demais componentes presentes em uma caixa de roda podem ser vítimas dos pedaços de um pneu que se parte por tal condição indevida e extrema de utilização, etc.

Em função disso, quando um pneu comum perde totalmente sua pressão, é necessário interromper o trajeto e realizar a substituição da roda. Dependendo do local e das condições, é possivel que esta não seja uma tarefa agradável ou mesmo segura.

Por outro lado, se o carro estiver equipado com pneus run flat, o cenário é totalmente diferente. Sabendo que está com um pneu furado por ter sido avisado pelo TPMS, mas ciente que o pneu é do tipo run flat, o motorista pode prosseguir de forma segura no trajeto por até 80 km a, no máximo, 80 km/h. Isso permite que se busque um local melhor e mais seguro para parar ou mesmo um local para reparar o pneu com problema.

Adicionalmente, respeitados os limites de utilização, os demais componentes do carro, citados anteriormente, não sofrerão quaisquer danos nessa operação emergencial. Afinal, um pneu run flat, como o próprio nome diz, foi desenvolvido para ser utilizado de forma segura exatamente nesse tipo de situação. É a tecnologia trazendo comodidade e conforto para a experiência de direção.

Frederico Padrão é o criador do canal “Mecânica Descomplicada” no YouTube, que hoje já conta com mais de 100.000 inscritos. Desde 2015, Frederico se dedica a explicar de forma simples e sempre bem ilustrada o funcionamento de sistema automotivos, traz dicas sobre manutenção, informações sobre equipamentos, além de dicas e curiosidades.