Resultados da Nokian Tyres em 2024 superam 2023, mas tem queda no lucro operacional e alerta para incertezas com tarifas comerciais
A fabricante finlandesa de pneus Nokian Tyres registrou um lucro operacional muito abaixo das expectativas no quarto trimestre de 2024, levantando preocupações sobre os impactos das tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos. A empresa alertou que incertezas geopolíticas, incluindo as políticas tarifárias do presidente Donald Trump, podem trazer volatilidade ao mercado.
As ações da Nokian Tyres caíram 13% após a divulgação do relatório financeiro nesta terça-feira (6), às 11h. Antes da publicação, os papéis da companhia operavam em alta de 2,5%.
“Os anúncios recentes sobre tarifas comerciais estão gerando incertezas”, afirmou o CEO Paolo Pompei no comunicado de resultados. Ele destacou que a empresa está analisando os possíveis impactos das tarifas e desenvolvendo uma estratégia para lidar com os desafios impostos pelo cenário global.
Após a saída da Rússia, onde produzia mais de 80% de seus pneus para automóveis de passeio antes da invasão da Ucrânia, a Nokian Tyres realocou sua produção para outras unidades, incluindo uma fábrica em Dayton, Tennessee (EUA).
O lucro operacional ajustado da Nokian Tyres caiu 19% no quarto trimestre, totalizando 35,9 milhões de euros (cerca de R$ 193 milhões), bem abaixo da previsão de 59,5 milhões de euros feita por analistas. As vendas trimestrais alcançaram 415 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,23 bilhões), ligeiramente abaixo da expectativa de 418,6 milhões de euros do mercado. A região das Américas representou 16,2% da receita total do grupo, com 67,4 milhões de euros (cerca de R$ 362 milhões) em faturamento.
As montadoras europeias também enfrentam dificuldades diante da baixa demanda, altos custos de produção e forte concorrência de fabricantes chineses, fatores que têm resultado em cortes de empregos e fechamento de fábricas nos últimos meses.
A Nokian Tyres anunciou ainda a proposta de um dividendo de 0,25 euro por ação referente a 2024, menos da metade dos 0,55 euro por ação distribuídos no ano anterior.
Fonte: Reuters
