Scanners de pneus: grandes e desconhecidos aliados das oficinas de pneus
Medir a profundidade de sulcos de pneus é um dos diagnósticos mais importantes e que pode ser feito dentro de uma loja de pneus. Ele ajuda a identificar problemas de alinhamento, contribui para apurar o nível de segurança dos pneus em pista molhada, pode indicar a necessidade de um rodízio, ajuda o consumidor a evitar trocas desnecessárias e é determinante para estabelecer a quilometragem remanescente dos pneus.
Outra aplicação do diagnóstico é vista dentro das frotas. Trata-se de uma prática essencial para o cálculo do tão falado CpK: Custo por Quilômetro. O CpK, coeficiente que mede o custo por quilômetro rodado por cada pneu levando em conta seu custo inicial, custos de reparos e custos de recapagens, é que determina qual é o modelo e a marca de pneus que melhor se encaixa às necessidades da frota.
Apesar de tão importante, pouquíssimas oficinas e frotas contam com equipamento adequado para realizar tal medição. Em sua grande maioria, os técnicos fazem apenas estimativas ou, quando muito, usam um profundímetro analógico para tal. Apesar de seu custo relativamente baixo – levando em conta sua durabilidade – muitos donos de lojas consideram o investimento de cerca de R$ 60,00 por um profundímetro digital não justificável.
Há quem opte por enxergar uma oportunidade nisso, como as concessionárias CAOA, de São Paulo. A distribuidora de veículos adquiriu no ano passado alguns scanners de medição de profundidade de sulcos à laser e utiliza os relatórios gerados pelo sistema para explicar aos consumidores a real situação de seus pneus e convencê-los a fazer a aquisição de novos pneus. O scanner empregado é o TreadReader , que no Brasil é distribuído pela Interozone.
Na modalidade de scanner portáteis, além do TreadReader, há também o modelo Groove Glove, produzido pela americana Tire Profiles. O sistema tem funcionado bastante similar ao da Interozone, porém é focado na aplicação de um veículo por vez, não possibilitando a armazenagem ou a compilação de dados em massa. Para isso, a empresa americana oferece uma versão especial para frotas.
Os dois sistemas são capazes de realizar em segundos leituras de pneus com múltiplos sulcos, independente do desenho da banda de rodagem, com grande exatidão e bom nível de repetitividade. Também geram relatórios didáticos e de fácil compreensão. Possuem bateria de autonomia de mais de 24 horas e, caso o modelo esteja cadastrado no banco de dados do fabricante do scanner, estes podem inclusive fazer esta identificação.
Apesar das interfaces simples e do manuseio intuitivo, um pouco de treinamento é necessário para tirar melhor proveito dos equipamentos. A velocidade do movimento de leitura, que se faz no sentido radial do pneu, e a habilidade do operador para não tremer ou mudar a trajetória do scanner durante a leitura, fazem a diferença na qualidade dos dados.
Não raro, diferentes operadores chegam a resultados diferentes. No caso do TreadReader, este efeito é reduzido graças aos roletes presentes na base do equipamento.
Além das versões portáteis, há ainda a opção do tipo rampa, ou drive-over, melhor aplicável a portões de acesso de frotas e oficinas, porém, com a limitação de transporte e manutenção mais dificultosa.
A tecnologia traz uma inovação rara ao varejo de pneus, mas não é barata: estes equipamentos custam em torno de R$ 20.000, e têm preço bastante influenciado pela cotação do dólar. Sem dúvida ela deve ser encarada como investimento e tratada como tal. A aquisição de um equipamento como este precisa ser suportada por um plano, por procedimentos e pelo acompanhamento religioso dos resultados. Nas mãos de um bom vendedor, ela pode sem dúvida alavancar as vendas e dar o retorno desejado ao investimento.