Setor de transporte rejeita medidas antidumping para pneus importados

Setor de transporte rejeita medidas antidumping para pneus importados

O transporte rodoviário responde por cerca de 65% de toda a carga movimentada no Brasil, sendo por isso uma peça fundamental para a infraestrutura logística País. E os pneus – segundo maior custo do setor – é um elemento crucial para a sua eficiência e segurança.

Nesta quarta-feira, 7 de fevereiro, será realizada uma audiência pública na Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados para discussão da eventual aplicação das medidas antidumping instituídas pelas Resoluções GECEX 198/2021 e 176/2021 aos pneus de carga que integram o produto “roda de aço, […], equipada com pneumático de borracha […]”, classificado na NCM 8716.90.90, e dos impactos da eventual aplicação para o setor de viação e transportes.

Entidades de Classe do transporte de carga como a Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) e a Associação de Caminhoneiros e Transportadores de Minas Gerais (ASBRAT), expressaram em comunicado divulgado à imprensa a sua oposição ao aumento da tributação sobre pneus importados, uma possível consequência das medidas antidumping propostas. Essas resoluções afetam principalmente os pneus utilizados por caminhões e ônibus, o que aumentaria consideravelmente os custos operacionais de transporte devido ao aumento dos impostos.

A oposição às medidas antidumping baseia-se nos impactos negativos que ocorrerão pelo aumento dos preços dos pneus importados de aro 20, 22 e 22,5 para ônibus e caminhões, resultando em custos mais altos para os transportadores autônomos, frotas e fabricantes de implementos rodoviários.

Além disso, as entidades afirmam que não há justificativa plausível para as demandas das indústrias multinacionais de pneus presentes no Brasil para a adoção ou ampliação de medidas antidumping, já que não há nenhum favorecimento tributário aos importados.

A competitividade dos pneus importados é determinada principalmente pelo processo produtivo, que é mais avançado em outros países do que no Brasil. Os pneus importados são comercializados a preços justos, com todos os tributos recolhidos no momento da nacionalização, contribuindo para a transparência e a arrecadação fiscal.

Para essas entidades, a proposta de medidas antidumping provem das indústrias multinacionais de pneus instaladas no Brasil, que buscam dominar o mercado nacional, aumentando assim os custos logísticos e transferindo lucros para suas matrizes no exterior.

Essas indústrias já obtiveram uma vitória recente com o aumento de 16% do imposto de importação de pneus de carga e uma nova majoração tributária com a aplicação das medidas antidumping resultaria em um produto ainda mais caro, causando danos significativos e diminuindo competitividade, diz o comunicado.

Por fim, reforçam as entidades, é importante destacar que o aumento dos custos através das medidas antidumping teria um efeito em cascata significativo em várias cadeias de abastecimento, incluindo o agronegócio, produtos essenciais e bens destinados à exportação, além do consumidor final.

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